quinta-feira, agosto 21, 2008

A minha mãe confiava em mim, até hoje

Podemos confiar no amigo a quem emprestamos dinheiro na esperança que ele nos pague - nem que seja tarde e a más horas; podemos confiar no conjugue porque sabemos que não nos vai trair com a primeira rameira que encontrar - mas já não metemos as mãos no fogo quando vodkas e gins podem distorcer o discernimento e ele trocar-nos pela segunda, terceira, quarta e por aí fora; podemos confiar incondicionalmente nos nossos pais a não ser que falem alemão e decidam oferecer-nos um bunker na garagem só para nós e para os nossos filhos. Mas será que podemos confiar em mais alguém?

Segundo um estudo desenvolvido consultora GfK, em parceria com o Wall Street Journal, os políticos e os publicitários são os profissionais em que menos se confia. Em relação aos primeiros não há muito a dizer. Mesmo que algum dos nossos progenitores fosse político, tenho a certeza que estaríamos a encabeçar uma manifestação contra os mesmos com grandes tarjas onde se podia ler: "Se não servem nem para dar mesadas decentes, não servem para governar o país" ou "Pai, metes-me nojo porque não me emprestaste o carro!" e muitas outras. Depois há a profissão do engodo chamado "publicitário", essa corja que funciona a combustível do imperialismo e que todos os dias entra em nossa casa para nos tentar ludibriar com detergentes, automóveis ou iogurtes magros.

Eu sinceramente não confio em publicitários. Porquê? Porque conheço uma série deles e sei que muitos deles seriam capazes de vender portas blindadas para bunkers a austríacos desde que existisse um nicho de mercado suficiente fazer "brand building" e se a mesma pudesse criar "awareness" suficiente para criar algum "buzz" junto do mercado. Esta gente tem feito um trabalho tão bom que até conseguiu destronar outras duas profissões que têm sido as menos confiaveis ao longo dos anos: advogados e vendedores de automóveis.

Por outro lado, os portugueses manifestaram a sua opinião pelas profissões onde depositavam mais confiança:

-Bombeiros (excluímos não só aqueles que continuam a atear fogos e os que conduzem ambulâncias que só chegam à zona de sinistro à hora em que o corpo já está a ser cremado);
-Carteiros (excluem também todos os carteiros que fazem greve)
-Professores da escola primária e secundária (principalmente porque são exemplares na maneira como se deixam intimidar pelos alunos ou porque até permitem ser esbofeteados habitualmente pelos educandos).
-Atletas Olímpicos do Triplo Salto (porque só há um e esse trouxe uma medalha de ouro).