quarta-feira, maio 28, 2008

Quem é vivo sempre aparece.

A sabedoria popular é, normalmente, muito assertiva. No meu caso não tem sido. Estou vivo e bem vivo, mas ando desaparecido. E tenho uma boa razão.
Aqui há tempos, entrei em rota de colisão com a minha entidade patronal. Personagem mesquinha, avara e com uma visão de gestão muito própria. Geria a sua agência de publicidade como se de uma mercearia se tratasse e, logicamente, essa gestão reflectia-se na forma como tratava os seus empregados.
A rota de colisão, rapidamente se tornou num choque frontal e a luta pelos direitos dos trabalhadores (e dos meus) passou de uma utopia a uma realidade, quando consegui para o estagiário de design, um fabuloso aumento de 100 euros. Os trabalhadores merecem o respeito e merecem, de forma proporcional, receber tanto ou mais do que o que dão.
Mas as coisas continuavam mal e apesar de unido aos meus colegas, não conseguia um entendimento com o patrão. As discussões continuavam e o clima entre nós era muito mau.
Decidi fazer o que a minoria das pessoas faz nesta situação. O normal é despedirmo-nos ou sermos despedidos. Mas comigo não. Decidi comprar a empresa e despedir o malandro do patrão.
Ando, desde Novembro, nestas complicadas e morosas negociações que não vos vou explicar, porque temo que vocês que não são gestores (como eu agora sou), não as compreendam. Se antes não havia, há agora uma clivagem entre nós: eu sou dos que vão passar a mandar, vocês dos que vão continuara a fazer. Por isso, imagino que coisas como pay roll, seja para vocês, trabalhadores, sinónimo de jogos de PSP e que capitais próprios seja algo tipo uma patente militar. Pois não é. Mas não vos vou explicar. Temo que não compreendam. Digo-vos apenas que consegui. E que de empregado passei a patrão. Sei que agora vou voltar novamente a ter tempo para viver, respirar e que, se apertar os salários dos meus empregados, vou finalmente conseguir comprar o iate que infelizmente a venda das t-shirts, não me ajudou a conseguir. Os meus antigos colegas que tanto defendi, revelaram-se afinal um grandes preguiçosos arraçados de comunas subversivos. Soube-o quando decidi que os empregados deviam comparticipar a compra dos seu computadores (uma vez que eram eles que os usavam) e estes se mostraram indignados. Imaginem que estes se revoltaram quando decidi instalar um sistema de pagamento das folhas de papel higiénico (nunca compreendi porque para limpar um buraco do tamanho de uma moeda de 10 cêntimos - no meu caso, pois há quem os tenha do tamanho de uma moeda de 50 escudos - fossem necessárias tantas folhas de papel, que quase dariam para escrever a Tora) e houve até alguns que ameaçaram despedir-se quando sugeri que deviam comprar casas nas imediações da agência porque poderiam ter que sair tarde muitas vezes e eu, logicamente, estava preocupado com a sua segurança.
Afinal, percebo agora o difícil cargo que carregava o meu saudoso antigo patrão. Pior que um mau patrão sozinho, são dezenas de trabalhadores unidos.
É caso para dizer: há 2 dias que comprei isto e já os cabrões dos trabalhadores não param de me chatear.

sexta-feira, maio 16, 2008

Pão de Mafra Vs Broa de Perónio

"Estou cá com uma larica que era capaz de comer uma cabeça aberta barrada com manteiga". Foi talvez este o insight que serviu de ideia para o negócio que temos muito orgulho de apresentar. É tudo feito de pão. Dizem eles.

quarta-feira, maio 14, 2008

Fogo posto

Veio a lume (a expressão mais assertiva para este caso) que José Sócrates, o ministro Manuel Pinho, e mais alguns elementos da comitiva que viajavam em visita oficial à Venezuela, foram apanhados a fumar dentro do avião. As primeiras informações que obtivémos indicavam que os intervenientes deste caso tinham sido encontrados na pequena casa de banho do avião a partilharem uma beata. Mas o desmentido chegou mais tarde juntamente com a confirmação de que andavam só a fumar dentro do aeroplano.

De imediato a TAP descartou-se. Elementos ligados à companhia vieram logo afirmar que este era um caso normal, que ao longo dos anos, sempre que políticos, futebolistas ou dirigentes de futebol constituissem o grosso dos passageiros, então era permitido fumar. São os chamados casos “especiais”.

Fonte oficial do governo veio também a lume pôr alguma água na fervura, desvalorizando a polémica: “Em causa está um avião oficial, fretado e com regras diferentes do habitual. Quando é fretado estabelece-se uma série de regras que num voo normal não podem acontecer. Exemplo disso é andar de pé no avião e fumar.”

Estas foram as palavras da dita fonte oficial. Mas visto que a fonte oficial tem queda para o humor e para o abuso de argumentos ridículos, formulámos mais umas perguntas:

Blog: Então, quer dizer que num avião fretado pode mesmo andar-se de pé ao longo do corredor?

Fonte Oficial: É claro, não precisa de estar à rasquinha para ir à casinha. Quer levantar-se e andar, pode fazer como Lázaro.

Blog: Como a figura bíblica?

Fonte Oficial: Não, estou a falar ali do Làzaro, consultor do Ministro da Economia, aquele ali de t-shirt azul na fila H.

Blog: Então e há mais regras que foram estabelecidas antecipadamente para este voo fretado?

Fonte Oficial: Claro, a partir da fila J, todos os passageiros podem apalpar as mamas da hospedeira à lá gardére....eh desculpe..... as mamocas da comissária, não queria ofender.

Blog: Mas isso não é humilhante? É desprezar um ser humano....

Fonte oficial: Foi a pensar nos abusos que só permitimos que se apalpe o peito da comissária entre a fila J e a fila M. Portanto só 4 filas.

Blog: Por isso é que estou a ver toda a gente a andar em pé no avião a revezar-se nos bancos dessas filas.

Fonte Oficial: Eh...eh...eh....Sabe como são os portugueses, não é? Sempre prontos a encontrar uma falha nas regras....

Blog: Suponho que existam mais regras.

Fonte oficial: Claro, daqui a pouco irá começar o serviço de compras a bordo.

Blog: Mas isso é habitual e comum nos voos comerciais.

Fonte oficial: Ah, normal é os relógios, os perfumes. Mas aqui o serviço mete drogas, orgãos humanos e crianças de tenra idade.

Blog: Não acredito que o primeiro-ministro, o eleito pelo povo português, responsável máximo pela chefia executiva do país, seja cliente deste...

Fonte oficial: Nem pense nisso, que disparate. O nosso primeiro pode ser passageiro frequente mas não é cliente-frequente. Ele não gosta nada disso. Tudo o que ele precisa já traz do free-shop.

Blog: Perfumes, pastilhas elásticas, chocolates?

Fonte oficial: Tabaco. Só quem é parvo é que não aproveita o desconto. Sabe que o tabaco fica mais em conta quando saímos da União Europeia? Ele conseguiu trazer quatro volumes.

Blog: Já agora, é costume o senhor primeiro-ministro fazer o seu jogging nas suas visitas oficiais ao estrangeiro. Sabe se vai acontecer?

Fonte Oficial: Com tanto tabaco no bucho? Ah Ah Ah, você realmente.... você diz muito disparate junto, homem....já agora, tem lume? É aqui para acender o charuto do meu grande amigo, António Nunes, Director Geral da ASAE.

terça-feira, maio 13, 2008

Quanto é que vales?

“Todo o homem tem o seu preço. Toda a mulher tem o seu custo.” É o que diz o povo, não sou eu. Ou, se calhar, sou mesmo eu que acabei de inventar esta e sou do povo.
Tudo isto para debater o assunto do valor do Homem (aproveitem agora para escrever com H todas as palavras que puderem porque daqui a uns anos, ela não terá valor nenhum ao abrigo do Acordo Ortográfico).
Há dias atrás, fui questionado sobre a importância do ser humano. Qual é o valor do Homem? O que teremos nós de fazer para merecer algum valor ou para merecer o reconhecimento da sociedade?
Para alguns basta ser sensível com as causas humanitárias: salvar pessoas de catástrofes naturais, ser missionário, ser médico em zonas de conflito, ser voluntário em África. Para outros basta só um Prémio Nobel, uma investigação científica em prol da Humanidade (outra palavra com H), um livro, uma peça de arte, um golo ou um momento inesquecível como um pontapé na cara de um Big Brother qualquer, em directo.
Mas como é que sabemos que somos importantes? Quando é que sabemos que atingimos o patamar do sucesso e do reconhecimento? Pode ser uma entrevista para um meio de comunicação social, pode ser por uma medalha, pode ser por uma distinção de uma organização internacional. Mas descobri que não somos nada na vida enquanto o nosso nome não aparecer num rodapé de um telejornal. Esse lugar apenas está reservado a quem realmente faz coisas interessantes pelo país, pelo mundo e pelo próximo. Isto tudo para dizer que, irei fazer de tudo para ver o meu nome a passar num rodapé de telejornal. E para isso já comecei a fazer uma cave em casa. O próximo passo é ter filhos.

terça-feira, maio 06, 2008

Ah faneca...

É com pesar que divulgo esta triste notícia: a Solha e a Faneca estão a desaparecer do Tejo. Quem o diz é um especialista que afirmou que isto nada tem a ver com o facto do Marcelo Rebelo de Sousa ter por lá nadado nos anos 80. Também ficou posta de lado a hipótese que revelava que o Tolan - esse cargueiro que durante uma dúzia de anos esteve quase a ser classificado como peixe - haveria deixado marcas indeléveis nas águas do rio. Pelos vistos, a culpa está mesmo no triste fado que são as alterações climáticas que afectam os peixes.

Portugal e os portugueses entram subitamente na lista negra da Grenpeace como as "bestas insensíveis" que leva à extinção espécies inteiras. Ao longo da nossa história trucidámos índios, pigmeus e estamos a fazer um belo trabalho ao dizimar com o bacalhau e a sardinha.

Há quem afirme que, ao continuarmos a este ritmo, a sardinha será facilmente substituída nos Santos Populares por peixes tão exóticos como a Corvina, o Charroco ou o especial Sargo do Senegal.

segunda-feira, maio 05, 2008

A minha cave é mais pequena que a tua

No PSD há quem esteja a olhar para esta história da casa dos horrores na Áustria com outros olhos. Já há quem fale em construir uma cave na sede do partido e mandar para lá o Santana Lopes e o Alberto João. Sempre eram 24 anos sem disparates à vista.

Saudades

Vocês sabem há quanto tempo o Reinu não escreve uma única linha neste blog? Desde 24 de Novembro de 2007. Já temos saudades tuas pá, larga o namorado.