Muitas vezes deparamo-nos com situações em que o que nos apetece dizer é “Ganda galo!”. São situações corriqueiras, sem grande importância, se as compararmos com o buraco do Ozono. Mas como nos acontecem a nós, a mim frequentemente, e não aos outros, adquirem uma outra dimensão. Senão vejamos:
- Estou num supermercado a comprar víveres. Até aqui tudo bem. Dirijo-me às filas da caixa e escolho aquela com menos pessoas. Certo. Olho para as outras filas que escoam normalmente e a minha continua na mesma, ainda não andei um centímetro para a frente e tenho mais o que fazer. Apercebo-me que o rolo da impressora tem de ser mudado. Apercebo-me também que a pessoa da frente se esqueceu de pesar as papaias. Mudo de fila e a anterior, onde estava, começa a andar normalmente.
- Estou parado no trânsito. Por acaso, ao sair de casa, reparei que um pequeno símio teimava em sair do meu nariz. Discretamente, levo a mão à cara e quando olho para o carro do lado está o meu chefe que me lança um ar cínico “Foste apanhado a enrolar!”
- Vou a uma entrevista de emprego, a primeira em muitos meses de busca incessante, e por isso durmo mal e tenho olheiras. Mas não é o pior. Levanto-me e dou por mim dentro da banheira, sem água nos canos. Para remediar a situação evito fazer grandes gestos e mexer muito a cabeça e os braços durante a entrevista.
- Preciso de uns ténis novos. Dirijo-me à loja, muito retro-fashion, recheada de gajas boas, a armar a cena estrangeira. Peço o meu número e não me preparo para o pior: tenho a meia rota que descobre um dedão com a unha amarelada. A gaja, agachada, não consegue evitar e solta um leve risinho estúpido, como que a dizer “Que nojo de homem”.
- No Natal oferecem-me um daqueles bibelots que não valem um caracol. Como a reciclagem está na moda, decido oferecê-lo a outra pessoa na próxima festividade. Passados 3 anos, adivinhem o que recebo pelos anos...
5 comentários:
São coisas bonitas e inesperadas como essas que nos fazem sorrir, especialmente quando acontecem aos outros...
A mim cheira-me a leis de Murphy não editadas, aplicadas ao dia-a-dia.
Também não consigo explicar o fenómeno de tocar o telemóvel precisamente quando temos as mãos cheias de frango de churrasco.
A mim invariavelmente o telefone toca quando estou a urinar, o que me faz ter sempre uma dúvida existencial: atendo e guardo o salabardote à pressa correndo o risco de pingar as truces, ou não atendo e quem sabe se perco a oportunidade de falar com aquela miúda lá da escola que eu há anos espero que me ligue?? atendo sempre, que para as truces está o lá o Skip - que nos diz no anúncio, suja-te e sê feliz.
Pois diz, o skip diz que é bom sujar-se, em inglês "dirt is good", o que leva imediatamente a pensamentos porcos. E isso sim, é difícil de limpar.
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