quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Vamos a contas infantis

Esqueçam os sambinhas, sambões e outras danças poucas higiénicas. Este Carnaval serviu para fazer contas à vida. E pela primeira vez senti que o Entrudo trouxe alguma folia à minha, sem ter sido necessário andar num carro alegórico. Pois bem, ontem foi divulgado um estudo - e vocês sabem o que nós gostamos de estudos - em que se determinava quanto custava ter / manter um filho até aos 25 anos. Pois bem, esse valor variava entre os 236 e os 678 euros por mês. Pois, cheguei à conclusão de que se eu tivesse uma criança, vamos imaginar, já com 5 aninhos, já tinha ardido 14 mil euros. Mas é pouco comparado com o que eu ainda podia arder até ele ter 25 anos. Vamos a contas mais uma vez. Durante 25 anos, o petiz podia sugar-me entre 70 mil e 200 mil euros.
Quem me conhece sabe o amor que eu sinto por crianças, sabe que nada é mais bonito que o sorriso de uma criança, que são a alegria deste mundo e do outro, que são tão fofos e queridos, que só apetecem apertar. Mas é também isso que eu sinto por cães. Os canídeos têm é mais vantagens: é possível pôr-lhes uma corrente ou trela, mandá-los para uma casota, podem levar uma bofetada, podem guardar uma casa e fazem truques. Ora tudo o que não é possível fazer numa criança.
Mas reparem, nem tudo é mau nas crianças. Há algo que as crianças podem fazer e que os canídeos não. Podem por exemplo ir trabalhar bem cedo, a fazer calçado para a Zara ou assentar massa na construção civil. Mas o grande benefício em ter filhos é sem dúvida a possibilidade de - quando já não nos for possível distinguir entre um garfo e o comando da TV - eles nos escolherem um bom lar de idosos.
Infelizmente, neste campo, vou ter de deixar o Estado fazer isso por mim. Afinal, o Estado, ao levar tudo o que tenho, sempre me tratou como um filho. Mas isso agora não importa, estou a pensar como vou arder 200 mil euros que vou conseguir poupar.

7 comentários:

Anónimo disse...

Kinder! Este post é dedicado a mim?! Podia estar aqui o dia todo a enumerar vantagens dos cães vs. crianças...Por exemplo, se tiveres um cão não precisas de gramar filmes como a Pequena Sereia ou o Príncipe Encantado, nem precisas de comprar uma fantasia de Zorro nos chineses...E se fores ao supermercado, o cão fica à porta e não te pede guloseimas a toda a hora...E se o teu cão engravidar uma cadela, paciência...

Carla Ferreira de Castro disse...

E podíamos continuar... Ao fim de 14/ 15 anos, vamos lá, 20 anos (se a coisa correr mesmo muito bem) o cão morre e isso é natural... Os donos podem até eutanasiá-lo, dá-lo a alguém, venderem as crias, sem que ninguém os multe por isso. Podem até abandoná-lo nas férias que o máximo que lhes acontece é terem a protecção dos animais a maça-los.
As crianças exigem mais manutenção, guarda-roupa e milhares de acessórios.
Já um cão contenta-se com um osso, umas festinhas e um apanha a bola ou o pau, para ficar feliz. Ah e claro os cães tudo compreeendem mas não falam, por isso dão-nos aquela sensação única que somos realmente inteligentes e importantes pois nunca vão crescer e dizer "Quero ir-me embora e vocês não mandam em mim!" ou então (ainda pior) "Tenho 35 anos e não vou sair daqui tão cedo, mãe!"
A última vantagem é que a mãe não tem de acartar com o peso de um cão a crescer-lhe no útero, pode simplesmente ir à loja e comprar. Se se quiser uma criança de loja tem de ir à China ou ao México e a coisa encarece bastante...
Ainda assim, tinha mais depressa um filho do que comprava um cão... (Vá lá entender-se tamanha demência... )

Anónimo disse...

Cuga, o cão come todos os dias a mesma coisa, dorme uma noite seguida, não vai para os copos com os amigos, não precisa de livros escolares, não berra, não tem sarampo nem acne, não passa 8 horas por dia no messenger, não usa telemóvel, não vê os Morangos com Açúcar, gosta mais de passear do que jogar PS3, não precisa de roupas de marca, não tem conversas idiotas...ainda assim?

Kinder disse...

Entre um cão e uma criança, venha de lá o dinheiro.

Carla Ferreira de Castro disse...

SFF: Mas precisa de vacinas, idas ao veterenário (onde os donos têm de privar com répteis e outras classes de bichos). Comem sempre o mesmo (se fores uma dona tirana)mas é incomodativo ir ao Lidl comprar sacos de ração que pesam imenso e não se arrumam com facilidade. Quanto a roupa de marca aí não me digas nada: Conheço cães que usam roupinha Burbery, trela Hermes e vão ao "cãobeleireiro" mensalmente. As crianças crescem e aprendem a usar os sanitários, com os cães temos de andar sempre de cú para o ar a apanhar bostas com sacos plásticos e a passeá-los debaixo de frio e chuva. Um cão não se aguenta a jogar playsattion e a ver um filme, tem de fazer exercício... Como em tudo, há os rafeiros (filhos e cães) e os de marca (cães e filhos). Mas admito se os cães promovem a inteligência dos donos, os filhos são uma excentricidade narcisista de quem se gosta de rever na geração que pariu.
KINDER: Tu sim tens razão. Não terás quem te cuide, mas terás dinheiro para ter acesso aos melhores cuidados de saúde que os filhos dos outros te irão prestar!

Carla Ferreira de Castro disse...

Errata:
Onde se lê "veterenário" deverá ler-se veterinário
Onde se lê "playstattion" deverá ler-se Playstation. Logo hoje que o Pe Ant Vieira faz anos, não quero ser imprudente com a língua portuguesa.

Sérgio Mak disse...

Realmente, é um mundo cão para as crianças. Mas, tendo em conta estas perspectivas, eu vou é abrir uma linha de crédito para financiar a manutenção de crianças e/ou animais de estimação, assim estilo "Cãofidis" ou coisa parecida...