terça-feira, janeiro 29, 2008

Jornalismo em revista

Ontem, no meu passeio diário de fim de tarde pelo meu bairro, passei por uma pequena papelaria tabacaria que tinha colada numa vitrina uma revista. Daquelas revistas que não valem um caracol, mas que até gostamos de parar para ler os grandes títulos. Daquelas em que ficamos a saber que a Maya afinal tem 63 anos. As revistas do coração, as cor-de-rosa, as de cordel. E por falar em coração, reparo numa notícia secundária, mas nem por isso com pouco destaque:
“4 anos depois da tragédia, namorada de Feher casa-se com outro!”
Hiii! Uauuuu! Que escândalo! Ainda bem que existem revistas onde os factos são factos, mais importantes do que o mediatismo e a ligeireza com que se denigre uma pessoa.
Depois reflecti, confesso que nunca pensei em fazer isto ao ler uma TV 7 Dias/Nova Gente:
- Era suposto ela casar-se mesmo assim com o Feher, estando ele morto?
- Seria de esperar que ela se iria casar com outra?
- Quantos anos são precisos para que o luto termine?
- Se ela se juntasse apenas, já não faria mal?
- Quando situações destas acontecem, já não é permitido refazer-se a vida com outra pessoa?

6 comentários:

Carla Ferreira de Castro disse...

"passeio no fim de tarde pelo meu bairro" Que saudades profundas do meu ex-bairro onde dava estes passeios de ante-estreia de Primavera, ao fim da tarde, e lia as notícias. Agora vejo-as nos escaparates das áreas de serviço enquanto bebo mais um café para não dormir... Num tom mais mundano: A Maya tem QUANTOS anos? Será que as astrólogas podem pedir reforma antecipada por falta de previsões acertadas?

Kinder disse...

Que saudades tenho eu dos cocós nas ruas de Campo de Ourique, dos belos cafés cheios de velhos, das incursões dos agarrados do Casal Ventoso, do cheiro a café queimado das torrefações ali bem perto da igreja, das pequenas botiques e lojas de bairro com objectos tão interessantes e baratos que saem mais em conta ir comprá-los a Londres ou Paris,as saudades que eu tenho de lá estacionar e das velhas com os seus andarilhos...ai...ai (suspiro)

Anónimo disse...

Kinder, isso é inveja de suburbano...

Kinder disse...

Já me estava a esquecer da inveja que eu sinto das pessoas que vivem em Campo de Ourique. Uma gentileza.

Sérgio Mak disse...

Eu quando passeio no meu bairro não vejo nada. A laca que anda no ar deixa-me meio cego...

Fazendo uma piada de mau gosto sobre o apontamento Feher, um bom título para essa ainda melhor peça seria "Traído pelo coração 2"

Carla Ferreira de Castro disse...

Kinder, kinder, kinder... A vida deixou-te muito amargo... Essa Campo de Ourique misteriosa de que falas não me lembro... Aliás eu costumava era passear no Bairro Bairro Azul onde os objectos das lojas de bairro vêm em sacops do El Corte Inglés e as Igrejas são Mesquitas.