terça-feira, março 13, 2007

Roubar - estou sem palavras!


Todos nós temos no nosso imaginário os grandes furtos praticados por aventureiros temerários. O Robin dos Bosques, o Arsené Lupin e outras tantas fantasias sobre roubos de obras de arte, bancos, comboios e sei lá que mais.
Mas alguém se lembra, alguém sonha uma única vez que seja, com os pequenos furtos perpetuados por indivíduos que com os outros (os dos grandes roubos) apenas partilham a falta de escrúpulos e que na arte de roubar são uns bardasquitos?
Dou-vos um exemplo que aconteceu comigo. Estou boquiaberto por me acontecer a mim, que vivo isolado do vosso mundo.
Mas adiante.
Os caixotes do lixo são grátis. Basta pedir aos serviços municipalizados e voilá, aparece um contentor verdinho e novo em folha. Pois os meus vizinhos do prédio do lado insistem, noite após noite, em roubar o meu caixote do lixo. Eu vou buscá-lo à noite e no dia a seguir de manhã, zás, desapareceu! E notem que há uma etiqueta com o número do meu prédio colada no caixote. Ando meu, com a minha roupa cara de marca, armado em Almeida a acartar caixotes do lixo. E alguém se irá lembrar um dia do infame roubo de caixotes efectuado num luxuoso condomínio na Lapa? Claro que não.
Mas eu jamais o esquecerei. Ficará para sempre gravado na minha memória em letras de sangue e desgraça.
Sei que também não ficaram na memória roubos tão desprezíveis e ridículos como:
- Pessoas que aproveitam enquanto o ardina está distraído e roubam o Destak ou o Metro.
- Malta que sorrateiramente rouba folhetos, ou sacos de plástico, balões, canetas e rebuçados nas exposições tipo Nauticampo.
- Consumidores sem moral que enquanto a senhora do sampling vai fazer um refill (fónix) alambujam nos quadradinhos de queijo e nas tostas.
- Pessoas que nos eventos tipo mini maratona da EDP carregam garrafas e garrafas de água e Gatorade, daquelas pilhas gigantes que há à beira da estrada. Depois não suportando o peso, largam-nas 4 km à frente.
- Pessoas horríveis que roubam a publicidade das caixas do correio dos vizinhos.
Há com certeza mais exemplos. Alguns deles vividos por vós, fiéis leitores. Partilhem-nos com este blog, que é a nossa e a vossa Vida.
Bem haja!

12 comentários:

Carla Ferreira de Castro disse...

Antes de ser suburbisada, vivi 3 belos anos em Cp de Ourique e todos os meses tínhamos de pedir à Câmara um verdinho novo. Já ouvi uma crónica do Nuno Markl sobre este mesmo assunto. Pelos vistos em Benfica passa-se a mesma coisa. Mas, com os requintes que descreves, aposto que estás a falar de Campo de Ourique, Lapa, ou Santos, onde a praga me parece pior! Se houver malta da Graça a ler gostava de saber o que pensam, pois tenho ideia que o pessoal do BE que aí vive é tão ecológico que recicla o lixo, comendo-o - o que explica muitas das merdas que dizem! (Adoro armar zaragatas nos blogs dos outros!)

Kinder disse...

Parece-me redundante falar em "lixo","BE" e "merda" no mesmo comment.

Kinder disse...

Ouvi dizer que os caixotes de Lixo da Lapa e de Campo de Ourique, como são de marca, estão a ser catados por uma empresa que se dedica à contrafacção. Para a semana, passa pela Feira do Relógio e traz logo uns 10. Acho que durante a primeira semana vêm carregadinhos de DVD.

Reinu disse...

A Cuga viveu 3 anos em Campo de Ourique?? também eu antes de descer a rua cerca de 200 metros e passar para a Lapa. Agora já não tenho nada a ver com esse bairro popular. Mas recordo com saudade, as manhãs na Tentadora, as tardes no canas, as noites no Bota Velha, e outros tantos momentos entre o Ruacanã e aquele do Jardim da Parada. Cuga, andarias por esses sítios, ou já estavas tão empenhada na liderança do gangue do caixote de lixo que já não convivias com os vizinhos??

Sérgio Mak disse...

Na zona de Alvalade a coisa é tranquila. Não roubam porque cada caixote verde pode ser uma sucursal da Juve Leo, por isso é melhor não danificar

Carla Ferreira de Castro disse...

Eu sempre parei mais na Parada e no Stop do Bairro e o meu lado "Hyde" ía à sopa Amarela almoçar, que era na minha rua. Ainda hoje "gasto" na parafarmácia, arranjo o carro na Campocar, vou ao dentista à Vila Saúde... Enfim, vê-se pelo nosso registo que já nos devemos ter cruzado nos meios elevados em que nos deslocamos. Da próxima vez que for ao Bairro levo um crachá a dizer Cuga, sugiro-te que faças o também um a dizer Reinu (pelo menos tens uma desculpa para andares a olhar para os "colos" das mulheres alheias!)

Kinder disse...

A conversa que para aqui vai.

Sérgio Mak disse...

É por isso que não saio do meu bairro, a gente que por aí anda não é de fiar.

Ó kinder, a cuga diz que ainda és intermediário de VHS, mas eu sempre te vi mais numa versão beta...

Anónimo disse...

Eu queria falar sobre o post, nomeadamente sobre aquelas pessoas que roubam as revistas no consultório médico e que vivem à conta das amostras de perfume, mas depois desta conversa toda fica completamente desenquadrado...

Reinu disse...

cuga, eu sou fácil de reconhecer: vou nu, com posse real e um manto encarnado.

Onde vivias?? na Vila Maia??
Sopa amarela?? não conheço.

E atenção à ideia do crácha com o nome cuga - podem-te confundir com uma vendedora de herbalife, daquelas com o "perca peso".

Carla Ferreira de Castro disse...

Tenente Ferreira Durão, com a Infantaria 16. (Já vi que eras menino de Sta Isabel) Para os desse lado da Ferreira Borges o mundo termina na Parada. Vão até à Barata, sabem que a seguir há uma Rua chamada F. Metrass, onde existia o cinema Europa, mas não se atrevem a ir à Ferreira Durão, onde há uma galeria de Arte e tudo... Andas então nú com um manto... Já em cruzei com uns seis assim, qual deles serás tu?

Reinu disse...

sou aquele que tem uma protuberância maior por baixo do manto!
Que não é o salabardote (em que pensavas tu?) mas sim o portátil que anda sempre comigo para escrever estes posts.
Sim, é bem verdade que no bairro há um certa clivagem entre o Campo de Ourique de Cima e o de Baixo. No de baixo mandam vocês com os vossos pit bulls. No de cima, mandamos nós com os nossos Lúlus. Mas no fim do dia, a verdade é que não se consegue distinguir entre a merda de uns e a dos outros que enchem os passeios do Campo de Ourique Global.