Pois é. Os sintomas são os mesmos: as bandeiras, as caras pintadas, o cachecol, as T-shirts, um amor à pátria nuca visto, a boca escancarada a cantar o hino e horas pregadas à Tv a ver os senhores da bola que são os melhores e que vão ganhar.
E para ta,l bastou que um Brasileiro o pedisse. Ele pediu e a doença alastrou-se. Uma pandemia de nacionalismo.
Eu não adoeci. Não gosto de futebol e não bebo vinho. Sobra-me o pão que já não me chega de contento. Para os restantes como dizia o Romano, o cenário é perfeito para os manter contentes. E não é que séculos depois o homem estava certo? Comem sardinhas, bebem vinho e vêem futebol. Que mais se pode dar ao Povo?
Mais nada. O povo anda feliz, esquecida a crise, a comer sardinhas e a bailar. Saltam as fogueiras, bebem, comem e para rematar… o futebol. E uma nação que rejubila. Qual fado, qual tristeza, nós é mais é Bola. Nós não eles, que eu friso, não gosto da bola, portanto (como dizem eles).
Se o Sócrates ou Cavaco pedem aos Portugueses para apertar o cinto, para darem mais que a crise está à porta, eles gritam bem alto e manifestam-se: Vai tu, vai tu que ganhas mais que eu, bandido!
Se um treinador lhes pede, eles fazem. E esquecem que este ainda ganha mais que eles e até ganha mais que os outros (os tais que mandam). Mas valia ser o treinador a pedir: Pessuau, vamo lá, não rouba nos impostos, não foge ao fisco não, vamo lá. Vá trabalhar animado e não ande a roçar o rabo nas cadeiras, vamo lá ser competitivos, força nessa galera e não esqueça sua bandeira.
O Tuga assim talvez fosse.
Com os outros a pedirem, não.
Como disse, os sintomas são os mesmos, mas as doenças não. Os que sofrem da primeira de manhã podem por as bandeiras na janela, mas à tarde andam a dizer que o pais é uma merda e coisa e tal.
Os que sofrem da segunda também. Mas dizem que a culpa é dos outros, dos Espanhóis e dos Americanos e dos cabrões dos Arábes.
Será que ainda vão lançar um vibrador com as cores nacionais? É que se por acaso (Deus queira que não) perdermos o Campeonato, já dá pelo menos para, literalmente, os mandar meter este nacionalismo foleiro num certo sítio.
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