terça-feira, janeiro 23, 2007

Xixi

Não posso deixar de escrever sobre isto. Já são tantas as vezes que assisto ao mesmo espectáculo, que começo a não ter outra alternativa senão relatá-lo. E não pensem que ando a contabilizar as vezes em que me deparo com o esguicho, em forma de arco, no fim de concertos ou jogos de futebol. Não. São as situações mais corriqueiras: em plena luz do dia ou do candeeiro na noite, o pessoal a fazer “xixi” na via pública. Todos sabemos que a anatomia masculina é muito propensa a isto, pois não é preciso muita destreza de mãos para o alívio rápido. Mas ainda a semana passada ia para o jardim passear o cão e vejo um senhor com muito mais de 70 anos a mijar para o chão, mesmo ao pé de uma igreja. Nem sequer estava a fazê-lo contra a parede, de costas, mas sim para o meio da relva. Com aquela idade já não dá para ver grande coisa, é certo, mas ao menos um pouco de decoro. Não me venham com a história de que é para regar as plantas, porque com a chuva que tem caído, água é coisa que não falta. E não se tratando de um sem-abrigo, também não me convence a corrente “naturalista” que para aí anda. Escuso de dizer que o meu cão ficou, além de perplexo, baralhado. Outra vez, com o carro parado num semáforo, olho para o lado e vejo um homem ao lado da sua carrinha de caixa aberta, a desapertar a calça e a alçar o dito cujo, esvaziando a bexiga sem qualquer tipo de pudor. Por pouco que não me lavava o carro. E aquele que o fez em plena linha do Metro? E etcétera e tal... O que é que se passa?
- Incontinência masculina generalizada?
- Dieta de líquidos?
- São trabalhadores da Câmara?
- Aquilo é desinfectante de ruas?
- Desejo de impressionar o mulherio?
- Reminiscências de quando eram animais?
- Marcação de território?
- É para não ter que fechar a tampa da retrete?
- É tudo pessoal de Bruxelas?

Alguém?

10 comentários:

Reinu disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Na minha terra "membro" escreve-se com "m".

Anónimo disse...

Falta-me é a fala depois do teu comentário!...

Reinu disse...

Tá na cara que se faz favor é uma mulher:
Fala com um certo desagrado do facto de quando os homens mictam ser difícil de lhes ver o falo. Um homem agradece esta dificuldade.
Fala, ressabiada, porque quando está aflita tem que ir fazer montanhismo para as sanitas.
Fala porque está farta de esfregar a vagina com papel e ver um homem de pé, segurando o membro, enquanto assina com a sua própria urina o calçadão, lhe faz sentir inveja.
Fala porque quando, por força da necessidade, tem que urinar na rua, no campo ou em outro local, tem que se agachar como se de um animal ferido se tratasse e ver um homem erecto de membro na mão a faz sentir uma certa raiva.
E fala porque não há outro animal no mundo que com a desculpa de urinar, possa afagar o pénis e sacudi-lo com alegria. As mulheres limitam-se a deixar que a coisa lhes flua e depois passam com a mão fugazmente envolta num qualquer guardanapo.Isto é triste para elas.
Por isso se revoltam quando vêem um homem a urinar na rua. Mesmo que levam pela mão, um cão que o faz de 5 em 5 metros. O cão pode e eu não?
Se faz favor, revela-te e assume que te falta o falo.

Kinder disse...

Não fosse eu o "anónimo" e o Reinu escapa. Sim, sim. Voltaste a escrever tudo certinho, não foi, caro "menbro" deste blog?

Anónimo disse...

Pois, e agora o meu comentário ao do Reinu vem fora de contexto!...ai, ai...

Mitra disse...

Eu faço-o por amor à arte.

Carla Ferreira de Castro disse...

Oh se faz favor, o senhor da primeira micção urinou no chão ou no cão?
Reinu: Como é que tu podes afirmar que "esfregar a vagina com papel" não é fonte de prazer? Olha que o papel manteiga não está nada mel...

Sérgio Mak disse...

Depois queixam-se que Portugal n evolui. Que os fundos comunitários sobre novos sistemas de rega não avançam.
Faz tudo parte de um projecto ambiental, que no Verão se conjuga com o "Project shit in the woods" e o "Estruma-me as dunas"...

Reinu disse...

Cuga, essa do papel manteiga com mel para esfregar a vagina, ainda um dia me vais explicar....