quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Exploração das Bilhas!

Isto está mal, todos o dizem, todos o sabem. Mas que é sempre chocante constatá-lo, é. E este fim-de-semana, tive um exemplo gritante do que a crise leva as pessoas a fazer para arranjarem dinheiro para viver, para sobreviver!
Contrastando com a opulência dos enormes barcos da Nauticampo vi ao longe, estarrecido, duas pobres jovens quase anorécticas que acartavam às costas bilhas de gás.
Caminhando quilómetros e quilómetros pelos corredores atafulhados de gente, qual duas mulas de carga, as pobres moças de pernas escandalosamente magras transportavam as bilhas às costas, mostrando também as suas, devido à escassa roupa que apresentavam ( talvez devido ao facto de serem muito pobres). Uma delas - a que tinha um ar mais desgraçado, coitadinha - tinha até os poderosos glúteos parcialmente expostos! Lamentável. Acometido por uma súbita onda de compaixão, abdiquei de ver a exposição e resolvi "perseguir" as moças para poder ver até onde ia a exploração das pobres raparigas e quiçá encontrar os seus patrões, para lhes dizer umas verdades. Pude no entanto constatar a humanidade dos machos portugueses, pois enquanto elas passavam, não havia homem que não se oferece-se para lhes segurar as bilhas, ao que as pobres moças, talvez temendo ser despedidas, respondiam invariavelmente, estas bilhas são nossas, nós levamo-las, e lá iam carregando os seus fardos. Uma delas, de tanto carregar as bilhas ostentava já uns peitorais super desenvolvidos. A outra, coitadinha, tinha nas pernas mais músculos que celulite, ao contrário do que é normal e desejável nas mulheres de hoje. Metiam dó. Depois de horas a vê-las com as bilhas, revoltado pensei na sorte da moça do anúncio de televisão, que só teve que acartar com a bilha uns 30”. A moça, ao que parece Polaca, devia ter uma cunha na Galp, para conseguir fazer o comercial da TV em vez de andar de bilha às costas como aquelas pobres moças, que sem destino vagueavam pelos corredores da Fil. Valeu-lhes o calor humano, dos homens que à sua passagem estendiam as mãos para as ajudar.

4 comentários:

Kinder disse...

Em relação ao filme da polaca que o Reinu fala, eu sei que aquilo é tudo feito em computador. A minha gaja até já carregou com uma coisa daquelas às costas e ficou na mesma.

Sérgio Mak disse...

Também, a bilha pode ser boa, mas não é mágica...

Uma coisa confunde os meus sentimentos machistas, se o nome da bilha é pluma, porque é que carregada por uma mula e não uma galinha...

Kinder disse...

Ou então, "Levar na bilha está cada vez mais leve"

Sérgio Mak disse...

Ou ainda..."Leve na bilha de ânimo leve