terça-feira, dezembro 27, 2005

Expressões idiomáticas ao pé da letra


No outro dia, passeando na rua onde via a bonita árvore de natal do bonito Terreiro do Paço, pensava que uma língua tão rica como a portuguesa, forrada de prata ouro e rubis, merecia ter expressões que quisessem apenas dizer o que eram e nada mais. As ditas expressões idiomáticas só geram confusões. Nisto dobrei a esquina, que gemeu e ao fazê-lo, continuei a pensar no duplo sentido das coisas, que era da esquerda para a direita e vice-versa, enquanto no fundo, a cerca de 5 metros, tinha que enfiar o capuz (pois tinha frio nas orelhas): a razão da confusão com as ditas expressões, era a minha incapacidade de as compreender. Não valia a pena fazer um braço de ferro comigo mesmo, pois podia-me magoar e comer o pão que o diabo amassou, que era de mistura, com a minha consciência. Senti-a o peso da responsabilidade, que era de cerca de 2 quilos e caí em mim levantando-me de seguida, com o orgulho ferido, que sarou. Resolvi abrir o coração, mas ia morrendo enquanto me esvaia em sangue. Fechei-o. Tinha que engolir este sapo e vomitei-me. Neste momento estava com um pé atrás e como tal, já não avançava. Sentia que todos estes pensamentos traziam água no bico e quase afogado sorvi a água e aproveitei para matar a sede que agonizou, enquanto eu com pezinhos de lã me tentava manter equilibrado e em pé, e percebi finalmente o sentido da vida que era único. Tive uma ideia luminosa e fiquei ofuscado. Quando voltei a ver a luz, esta era fluorescente e pensei que não me iam comer as papas na cabeça porque era redonda e escorregavam. Estava metido num bico-de-obra, que era muito pontiagudo e potencialmente perigoso. Comecei a sentir que não batia bem da bola, até porque tinha um pé atrás e dois de lã e nestas condições era difícil bate-la. Tentei recomeçar a andar e novamente dei com os burros na água o que era mau porque estes não nadavam bem. Tive medo de esticar o pernil o que foi bom, porque com o esticão, comecei a andar. Tentei gritar, mas ao faze-lo fui acometido por um certo receio, afinal pela boca morre o peixe ou até arpoado. Nesta altura resolvi abrir a alma e ela aproveitou a aberta e fugiu. Estava num impasse e não sabia onde este ficava. Pensei: Se não conseguisse concluir nada, ao menos que abrisse os olhos a alguém o que fazia com certeza lacrimejar. Tinha que continuar. Se não me conseguisse mexer estava ver que ia arranjar um trinta-e-um o que eram muitos números. Nesta altura já me estava nas tintas e essas eram da Dyrup. Senti que ali em pé, fazia figura de urso e rosnei. Era o fim da picada e a partir de agora só com comprimidos. Enquanto pensava na morte da bezerra, esta balia num estertor. Tinha que me por ao fresco e isto fazia frio. Enfiei novamente o capuz e isto aqueceu-me novamente as orelhas. Por esta altura já estava a dizer cobras e lagartos o que era nojento de ver. Estava à coca e viciei-me. Resolvi que não ia a lado nenhum e não fui. Tinha que pedir ajuda. Gritei: Ajude-me Se Faz Favor. Este não ajudou. Estava de mãos atadas, o que as tornou dormentes. Era altura de concluir algo e acertar na mosca. Falhei, era muito pequena. Tinha que dizer basta e disse: Basta.

2 comentários:

Sérgio Mak disse...

Com tanto duplo sentido, perdi o Norte...Felizmente que ia para Sul

Kinder disse...

Fosga-se, que grande psicotrópico!