Este fim-de-semana comprei o jornal Expresso. E se não fossem os meus intensos treinos no ginásio, juro-vos que ía ficando sem o membro superior direito através do método do “puxão”, tal era o peso do saco.
Já se falou muito do peso deste jornal na comunicação social em Portugal, na sociedade, no peso das personalidades que assinam as crónicas, na forma como ele consegue moldar as mentes e como ele consegue moldar os corpos, ou pelo menos os membros superiores.
É inegável que o Expresso tem o seu peso na sociedade. Mas que peso tem ele na minha saúde? Será que posso transportá-lo em segurança no banco de trás sem cinto de segurança, arriscando morte certa em caso de embate, ao levar com os suplementos todos na mona?
O blog “É a vida” decidiu investir recursos humanos e financeiros inimagináveis para responder à pergunta: o Expresso é ou não seguro em caso de acidente de viação?
Factos.
Para iniciar este estudo submetemos o Expresso à pesagem e verificámos que o saco, da passada edição de 1 de Abril de 2006, pesa rigorosamente 1471 gramas.
Decidimos então retirar tudo do saco e separar o “trigo do joio” e voltámos a pesar. Assim, o Jornal Expresso, o caderno de Economia, a Revista Única e a revista Actual pesam 631 gramas.
As condições.
O grupo encarregue por esta experiência decidiu então efectuar dois testes utilizando dois grupos e submete-los a ensaios sob as mesmas condições.
Grupo A)
Saco total do Expresso = 1471 gramas
Grupo B)
Saco com o Jornal Expresso, Suplemento de economia, revistas Actual e Única = 631 gramas.
Ambos os dois sacos, o par deles bem entendido, foram estrategicamente colocados no banco traseiro de um veículo automóvel. O método utilizado foi o do “Distribuição Aleatória de Massa”, ou no sentido mais banal da coisa, o “abre a porta e manda essa merda lá para o banco de trás.”
Para determinar o peso da massa deslocada em caso de embate foram utilizados os mesmos dados que a indústria de segurança automóvel disponibiliza. Estes determinam que um peso com 30 quilos sobe, em caso de acidente a 50 km/h, para os 500 kg. Nesta simulação, não foram colocados cintos de segurança e simulámos uma colisão a 50 km/hora, velocidade que corresponde a um arranque normal de um automóvel em Portugal.
Os Resultados.
Trágicos no caso do Grupo A e dramáticos como se esperava para o Grupo B. Na altura do choque a 50 km/h, o saco de 1471 gramas projectado para diante transforma-se numa massa humana de 24,4 quilos!!
Imaginem que vão a conduzir alegres, descontraídos, ansiosos por encontrar uma esplanada para estenderem a toalha na mesa (vulgo jornal) e de repente, zás. À traição levam com o peso equivalente a meia saca de cimento nos costados. Se um calduço já dói quando um tipo não está à espera, imaginem o que é levar com 5 garrafões cheios de água no pescoço ou cabeça. Todos podemos imaginar os resultados nefastos que isto pode ter na saúde de uma pessoa, principalmente se ele tiver uma hérnia discal no pescoço como eu.
Menos mal estão todas as pessoas que optam por ficar apenas com o essencial da informação dentro do saco. Quem opta pelo Grupo B, obtém resultados mais satisfatórios. A deslocação do peso do saco, segundo os nossos cálculos, transforma-se numa massa humana de 10,4 kg. A pancada é muito mais suave. Por outras palavras corresponde a levar com 2 garrafões cheios de água na fronha, um balde de cimento (sem brita) ou uma valente paulada no lombo.
Conclusões.
Após estes dramáticos resultados só exigimos ao governo duas coisas: aumentos salariais e que legislação sobre esta matéria. É fundamental que seja obrigatório o uso de cadeirinhas para o saco do Expresso já que todas as experiências efectuadas com cinto de segurança não ofereciam condições de segurança, devido ao constante deslize do saco. Outras sugestões incluem interceder junto da industria automóvel que disponibilize de série espaços de arrumação estanques destinados exclusivamente a este jornal; à Impresa que utilize um material anti-derrapante nos sacos para que não deslizem nos bancos, ou pura e simplesmente legislar a obrigatoriedade de todos os condutores em transportarem o saco na bagageira.
Mas mais importante é que juntos podemos fazer muito. Não descuide esta informação. E por favor não troçe. Se é leitor assíduo do Expresso, se preza a sua segurança e a dos seus, contribua para que juntos possamos salvar vidas. Envie este texto a todos os seus amigos, colegas e familiares preferencialmente por esta ordem. E não se esqueça que o Expresso leva-se sempre atrás. Na bagageira, entenda-se.
9 comentários:
E já agora, especialmente para quem compra este jornal, não seria demais fazer um curso de socorrismo rodoviário. A vida pode estar nas vossas mãos!
Acho que a Cruz vermelha tem bons cursos desses! ;)
Eu acho que vocês têm sérios problemas... aconselho um curso é na CERCIS... Kinder, deve haver muitas rampas para subir e descer, poupas no ginásio e na manutenção do teu físico.
Diz-se que o leitor nº1 do Expresso é o Corcunda de Notre Dame, que se curvou ao peso desta publicação...
façam como eu: não leio e mal sei escrever!
Brilhante!!! O post...
Ideal, caro Kinder Surpresa, era se este blog tivesse aquele ícone que permite enviar por e-mail os vossos posts?
Em primeiro, porque seria mais fácil de espalhar a mensagem "Se conduzir, aconchegue o Expresso" e em segundo porque eu gostava que alguns amigos meus não tão embrenhados no submundo da blogosfera pudessem rir-se com a mesma vontade com que eu me ri ao ler este texto!
Sugiro ainda que escrevam um post com as diversas utilidades que pode ter o "joio" do referido saco. E mais não digo,
Um abraço,
BR
Caro BR,
Infelizmente nos não percebemos muito do assunto. vamos tentar averiguar como é que podemos enviar estes posts por mail. Quanto a propostas de conteúdos do Expresso, acho que aflorámos essa questão recentemente. Acho que está nos posts mais recentes quando nos referimos ao novo semanário "SOL". Um abraço e volte sempre.
Volto sim!
Então se me permitem, aqui fica a explicação:
Depois do registo em www.blogspot.com, ir a Definições, Básico e escolher sim em "
Exibir o link Enviar esta postagem?".
Abraço,
BR
O Homem desenvolve-se enquanto animal racional mas, no fundo, sente que o seu dinherinho foi bem gasto se vier de saco bem cheio.
No fundo, é a mesma satisfação presente na chegada da publicidade do LIDL ou do Continente.
"Que porcaria! Enchem as caixas com isto!" Mas há uma satisfação secreta de existir ali a possibilidade de uma informação valiosa.
Corto
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