Democracia sucks!

A democracia a sério, como há em Portugal, é uma grande merda. A democracia desune e cria clivagens onde devia haver sinergias e confluência de opiniões.
Em Itália, felizmente, ainda há coisas que são como antigamente.
O Sílvio Berlusconi, levou a sua mãezinha à urna dos votos. Um momento bonito já raro cá em Portugal. A mãezinha já velhinha (entre os 90 e os 125 anos) lá foi de braço dado com o filho, que a arrastava com carinho, ja que a pobre velhinha, andava dois passos prá frente, três para o lado e um para trás. Que ternura de se ver! Chegado à mesa de voto, fotografado e filmado por vários meios de comunicação social, o Silvinho não se inibiu de receber os boletins de voto e carinhosamente apontar no papelinho qual o sítio onde a mãezinha decrépita devia por a cruzinha. A Velhinha mais preocupada em não se urinar pelas pernas abaixo, coitadinha, não parecia perceber o que se passava mas o filho amigo e vigilante, de dedo espetado, mostrava-lhe o que fazer e dizia “mamelita, ponne tu cruzita, em tu figlio, esta quá, senon te rebentio lá boca tudia*” . O chefe de mesa de votos chamou-lhe a atenção e reprimiu-o (devia ser arraçado de português, o bandalho), e esticando os braços, qual Jesus na cruz, disse “ Signor Silvio, quá facho? No podedi ustedi acer quá. Il votou és libero**”. Berluconi, não ligou à afronta e levou a mamelita atrás do biombo onde depois e lhe dar uns quantos caldos para a acordar, a fez finalmente votar. Apareceu depois com os boletins e meteu-os na urna, enquanto a velhinha dormitava encostada à soleira da porta. Berlusconi terá dito “Hijo de putana va veto um culo, este voto ninguno me o quita***!”
É bonito, ver como um filho ajuda a sua mãe, num acto tão democrático como o de exercer o direito ao voto.
Por cá, é um a vergonha, não há união. Isto está entregue as bichos! Em dia de votações, a malta vai para a praia e balda-se. Se fossemos como Sílvio, corríamos a família toda à paulada e entre socos e pontapés, haviam todos de votar onde o patriarca da família quisesses. Poupava-se dinheiro nas campanhas, porque era só dirigir os programas aos ilustres chefes de família. Isso é que era bonito! Na bandalheira que é este país, mais dia menos dia os filhos nem sequer votam nos pais , para a presidência da comissão de pais lá da escolinha! Isto é uma desgraça! A Democracia tem destas coisas. Podemos escolher cada um o que quer e já não há respeito. Há casas em que o pai é do PS, a mãe é do PSD , a filha do Bloco de Esquerda e o filho do PCP! Que coisa é esta? Uma bandalheira, é o que é.
As mulheres até já votam onde lhes apetece!.
Felizmente lá em casa quem manda sou eu! A última vez que ela veio com história de votar num partido diferente do meu, parti-lhe as mãozinhas e disse: “Vai lá votar agora com as manitas mancas!”. Ela não desistiu e quando ela ia a sair de casa, para por a cruz com o lápis agarrado aos dentes, parti-lhe os todos! Acham que ela se ficou? Nada disso. Ainda tentou sair a rastejar para votar com os pézinhos, e olha: tranquei-a na máquina da Roupa e pus o programa a correr. Como gosto, dela não usei lixívia. Mas há que ser firme, se não estamos aqui ainda temos que ir buscar os ranhosos à escola, lavar a roupa e fazer o jantar. E depois, que vê o futebol por nós e nos coça os tomates? Viva a democracia, dizem eles. Viva mas é uma porra!

Para os mais incultos, a tradução das frases em Italiano.
* Mãe, querida, vota com cuidadinho!
** Senhor Sílvio, o senhor não pode estar a ajudar a senhora a votar. Saia antes que chame as autoridades!
*** Com certeza meu amigo, mas só queria ajudar minha querida mãezinha!