sexta-feira, novembro 18, 2005

O El Corte Inglês de Olivença é nosso!

Sou anti-espanhol. Desde o Mundial de Futebol de 1982, confiesso ahora. Aquela merda do Naranjito deu-me tantas voltas ao estômago que o enjoo só parou no dia 22 de Julho de 1998. E foi nesse dia que jurei: morte a Espanha.
Mas depois veio a abertura do El Corte Inglês e eu abandonei esse sentimento nacionalista retrógado. Requeri o meu cartão El Corte Inglês e orgulhoso ía desbravando caminho em direcção à loja do Gourmet, gritando alto como só um espanhol consegue: “ei senorita, enxêia aqui el cochito de compras con cositas buenas!”.
E foi quando estava na caixa a pagar as compras que pensei: “E se a loja do Gourmet fosse nossa?”. Por segundos, fiquei assustado com este pensamento mesquinho e de gente pequenina. Somos portugueses: pensamos pequenino. Temos de ser mais arrojados, olhar para o passado e ver o futuro: não devia ser só aquela loja, todo o El Corte Inglês devia estar em mãos portuguesas.
O plano é simples. Dia 1 de Dezembro (Dia da Independência), invadíamos aquilo, corríamos com os colaboracionistas e lançaríamos os espanhóis pelas janelas, nacionalizavamos aquela merda e onde se lesse “tapas” mudaríamos para “Petiscos” e “Bocadillos” para “Sandochas”.
O grande problema é que este plano caíria por terra logo nos primeiros meses. A nossa dificuldade em gerir levaria à contratação de gestores espanhóis para nos salvar da falência. E lá estariam os espanhóis a gerir uma grande empresa no nosso território outra vez. Ou seja, o El Corte Inglês de território luso ficaria na mesma: en las manitas de nuestros hermanos. Olé!

PS-A minha avó sempre me disse: "Kinder, de Espanha nem bom vento, nem bom casamento.". Isto foi antes da Gripe Espanhola a levar.

5 comentários:

Reinu disse...

Para os espanha lovers que dizem que aquilo é que é bom, que os gajos são mais evoluídos e eteceterá e tal, aqui vai uma breve explicação histórica e contextualizada de o porquê de hoje em dia Espanha, ser uma merda um pouco melhor que nós.
Franco: Franco é a explicação. Para quem não saiba, Franco nomeou o actual Rei de Espanha como seu sucessor, só que este mais esperto enveredou pela democracia como forma de combater um país que por causa da guerra revolucionária, se encontrava em desagregação. Actualmente persistem algumas províncias que pretendem a separação, mas a monarquia esmaga essas vontades. Deve ser o único caso no mundo em que o sucessor do Ditador é um Rei. Deve ser por isso que os monarcas de Espanha são tão saloios, é porque de realeza, pouco devem ter.
E, quem não sabe que durante cerca de 30 anos Franco utilizou os presos políticos (chegaram a ser em campos de concentração mais de 40.000, entre homens e mulheres) para fazer em regime de escravatura, as grandes obras públicas do país? Barragens, canais (ex.: guadalquivir) que abastecem a rica agricultura espanhola enquanto secam os rios em Portugal, palácios, grandes obras públicas e a reconstrução do país, foram feitos por presos que se limitaram a dar a sua opinião contra o regime. Viviam em campos de concentração, semelhantes aos dos nazis e trabalhavam todos os dias da semana a troco de 50 cêntimos por mês. Os que tinham filhos esses ganhavam uma peseta por mês. Esses presos eram também alugados (Espanha inventou o conceito do outsorcing) a empresas a custos muito baixos para que estas desenvolvessem os seus negócios. Ganhavam as empresas porque pagavam pouco pela mão de obra especializada (os presos políticos não eram propriamente trolhas) e ganhava o estado com o que recebia para "emprestar" essa mão de obra quase escrava.
Em Portugal também tínhamos os nossos presos políticos, é verdade. Estavam coitadinhos no Tarrafal a escrever livros e manifestos muito aborrecidos, enquanto os outros em Espanha andavam-se a divertir no campo.
Graças a este overboost de mão de obra, Espanha quando Franco morreu encontrava-se preparada para os tempos modernos. Foi nessa altura que se construíram os pilares do que Espanha é actualmente. É agora o que é, porque a nação decidiu (ou alguns o fizeram pela nação) esquecer todos os crimes que tinham sido feitos e ninguém que foi conivente com esses crmes foi punido. Se assim fosse, o Rei Juanito, estaria no Xilíndro. Foi um dos maiores "esquecimentos" da história da humanidade e ainda hoje as famílias que perderam os seus familiares nos campos de concentração políticos, tentam perseguir os culpados que impunemente vivem neste país tão evoluído e tão bom, que nos deu a Zara e o Flamengo.
São um país moderno e desenvolvido, graças à mentira ( fingem que não há não sei quantas províncias a quererem autonomia, fingem que não há terrorismo), à hipocrisia (tiveram um apagão na memória) e à falta de respeito por tudo e todos (basta ver onde constroem as suas centrais nucleares, bem junto das fronteiras portuguesas).
Ainda bem que há quem ache que nada disto faz mal e que Espanha é que é. São pessoas dessas que dizem por vezes, Coitadinhos dos Nazis, os Judeus eram uns safados.
Costuma-se dizer: pobre mas honrado. É verdade: Portuguesinho mas honrado.

Kinder disse...

Se há gajos que eu odeio mais do que os espanhois são tugas que sabem mais da História deles do que da nossa.

Reinu disse...

Este blog não é só de gente que sabe escrever muito bem. Este blog não é só de gente muito divertida. Não é só de gente muito observadora. Este blog é também de gente inteligente (pelo menos eu), perspicaz, intuitiva, acutilante e como se pode ver pelo comentário do reinu, é também de gente culta. Gente que sabe. Gente que olha para o seu umbigo e para o umbigo dos outros. Gente que gosta de saber o que se passa no umbigo dos outros, porque não tem cotão como o seu. Pena é que outras pessoas, gostem apenas de olhar para os seus pés e não liguem ao que os pés dos outros nadam a fazer e perdidos a ver as suas unhas crescer, não reparem que vão ser chutados no rabo.

Sérgio Mak disse...

Mira, pero el Corte Ingles es muy bueno e a mi me gusta muchissimo...


Pensei eu que com esta frase conseguiria emprego na secção de charcutaria do supermercado do dito estabelecimento. Infelizmente, o cábron que fazia a entrevista achou que a gaja q mascava pastilha elástica como uma vaca e levava um decote que deixava ver algum cotão no umbigo era mais talhada para o cargo...

Os espanhois só perdem para os portugueses numa coisa, são espanhois e em relação a isso não há Franco, Juan Carlos ou Fernando Torres que os safe...

Kinder disse...

E além do torrão de alicante estás a esquecer-te do Fernando Alonso e da pequenita Leonor.