quarta-feira, setembro 21, 2005

É a vida em 5 minutos com...

-Temos hoje no programa “5 minutos com” em debate as duas principais figuras públicas que concorrem às próximas presidênciais. Gostaria que me falassem dos vossos respectivos programas eleitorais. Vamos começar com o senhor mais velho, até por uma questão de respeito. Aguardemos que ele se sente porque anda a distribuir apertos de mãos pelos assistentes de produção e pelos cameraman.
- Ora dê-me cá mais 5 caro entrevistador. Desculpe mas esqueci-me do nome deste programa e o que vim cá fazer. Isto não é o programa sobre a historia de Portugal??
- Não, está no “5 minutos com” e gostaria que nos falasse do seu programa eleitoral.
- Que coisa sempre com essa conversa, que chatos, deixe-me abraça-lo, meu caro. Olhe em 1956 quando estive exilado, queria falar e não me deixavam. Agora sim vou dizer tudo, tudo o que tenho para dizer e tudo o que quero fazer. (silêncio enquanto a cabeça lhe cai e começa a ressonar)
- E …
- ZZZZZZZZZZZZ. Sim ,sim. Desculpe, o que eu estava mesmo a dizer?
- O que ia fazer.
- Sim, mas antes deixe-me abraça-lo, eu gosto muito de jovens e no meu tempo também fui jovem. Que programa estamos afinal?
- “5 minutos com” e era para falar do seu programa eleitoral.
- Pois, pois, deixe-me só aqui tomar uns comprimidinhos, e recordar-lhe o meu passado político. Estive exilado e não podia dizer nada, mas agora…dá-me licença que vá fazer um xixizinho?? Isto com a idade um gajo por mais fixe que seja fica à rasca.
- Com certeza, vou aproveitar para falar com o senhor professor. Isso que vejo nos cantos da sua boca, muito ligeiro, quase ténue é um sorriso?
- Portugueses e portuguesas, raramente me rio, não solto gargalhadas e não erro.
- Sempre se candidata?
- Vou responder a essa questão.(silêncio incómodo)
- Sim??
- O facto de eu me candidatar ou não, tem que ser contextualizado no vazio sócio económico actual. A presença da esquerda não inviabiliza uma forte candidatura da direita, antes pelo contrário. Como tal ambos os cenários são de facto não só possíveis com também viáveis.
- Desculpe, mas sempre se candidata?
- A minha resposta foi clara.
- Pronto. Caso se candidate quais serão as suas propostas para os portugueses.
- "Caso" como disse, implica uma dúvida e eu já lhe dei uma certeza. Portugal vive um momento particularmente difícil com um défice progressivo e uma dicotomia entre a deflação e a progressão do PIB que implicará uma reavaliação das taxas visando o break even point. Assim proponho, por outro lado, que devido à complexidade dos estudos aprovados, se cumpra um papel essencial na formulação das metas financeira e administrativas que a nossa experiência mostra ser necessário para atingir a consolidação dos nossos objectivos, contribuindo assim para os índices pretendidos. É uma aposta clara e que será executada com pulso firme como sempre foi meu apanágio.
- Pois…obrigado. Vamos tentar voltar ao outro candidato...parece que não vai ser possível, ele está a beijar a senhora da faxina.

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