sexta-feira, setembro 01, 2006

...anja

Todos os dias passo na Meia-Laranja com algum amargo de boca. Não para comprar seja o que for na mercearia da esquina, mas para cortar caminho. A adrenalina sobe e o nível desce. Primeiro rezo para não atropelar nenhum caroço, o que é difícil, pois os trastes vagueiam aleatoriamente pelo passeio e pelo meio da estrada. Se tivesse o azar de atropelar algum, todos os outros estão tão pedrados que nunca reclamariam: “Olha, lá se foi o Zé Rolling Stone, sorte a dele” diriam apenas. O pior mesmo seria danificar o carro. Não basta estes bichos da fruta aumentarem a despesa pública, como ainda aumentarem a minha privada. Crianças, hoje sementes do diabo que amanhã darão fruto, também as há aos kilos a correr por ali. As mulheres, sumarentas mas sem dentes, gostam de se descascar e andar de cerveja na mão... se pudesse, espremia o que resta da laranja.

4 comentários:

Mitra disse...

Mas o que é que está a contecer aqui? Poesia?

Sérgio Mak disse...

E, após tanto drama urbano, no meu coração uma dúvida subsiste (já dizia a famosa letra):

Caroço ou carocho?

Reinu disse...

O que está mal ali, é o nome.Meia Laranja? que merda de caldo é que se faz com meia laranja? Vê-se mesmo que não percebem nada de drogaminas.
Não vale a pena escamotear a questão. A droga existe e terá sempre que ser vendida. Ali, já a vendem às carradas. Por isso, em vez de denegrirem as laranjas, assumam a coisa e mudem o nome da zona para o Meio Limão.

Anónimo disse...

ouvi dizer que por ali, havia uma meia sede do PSD?