Virilidade. Porrada. Cuspidelas. Cotoveladas. Entradas a pés juntos. Ofensas permanentes a adversários e equipas de arbitragem. Nada disto vai constar do Mundial de Futebol Gay de 2007 a realizar em Buenos Aires.
Organizado desde 1982, a próxima edição realiza-se em Setembro do próximo ano e vai contar com 21 selecções. Portugal será um dos ausentes. Desconhecemos a razão da não participação já que somos considerados como um país talentoso para desportos onde há mais preocupação com o cabelo do que para a bola.
Dizem os organizadores que este Mundial será o melhor de todos os tempos já que estão a preparar uma série de medidas preventivas para evitar que se repitam os erros do passado: “Queremos pôr isso para trás das costas! ”
Uma das medidas mais importantes é referente ao tempo que as equipas demoram para entrar em campo. Como refere um dos organizadores: “Sabe, isto é tudo rapaziada jovem, trazem óleos, cremes, loções, gel para o cabelo e só nos arranjos demoram uma eternidade. O problema torna-se ainda mais premente nos intervalos quando querem é massagens, jacuzzis, spas, saunas ou banhos turcos. Depois sabe como é, são todos bons rapazes e perdem a noção do tempo quando estão na paródia.”
Também há novidades nas sanções disciplinares. Por exemplo, há penalização ao jogador que fica constantemente fora de jogo prejudicando a equipa e há sanção a qualquer jogador que leva a mão às bolas de forma intencional. Mas a grande mudança está nas entradas violentas por trás. Sempre que existir uma entrada violentas por trás sem autorização é falta, não só de respeito como de educação. Curiosamente, haverá lugar a penalização com cartão amarelo ao jogador que, ao marcar um golo, se recuse a despir o equipamento e a aceitar uns tabefes bem dados nos glúteos por parte de todos os jogadores em campo.
A terminologia utilizada nos comentários desportivos também difere muito da utilizada habitualmente. Curiosamente quando se refere que jogador A vai “dobrar” o jogador B, significa que ele vai mesmo lá dobrar a espinha ao outro. Ou quando um jogador “rasga a defesa contrária” significa que haverá feridos, lesões e seguramente uma ou mais substituições.
Quanto a tácticas, usualmente espalham-se os jogadores para ocupar os espaços vazios, as marcações são sempre “homem-a-homem” e é curioso ver jogadores mais experientes tentarem o clássico “um-para-um” e com maior profundidade. É de ver estrelas! Mas também encontramos um tipo de futebol mais desinteressante. Por vezes, há equipas que arriscam com marcações “à zona”, tapando espaços ficando mais fechadas e impenetráveis. Normalmente são equipas que se defendem mais e que, utilizando a gíria futebolistica, levam “menos no saco”.
O Mundial Gay de Futebol também tem ainda uma característica deliciosa: há mais “apanha-bolas” dentro de campo do que fora.
Os organizadores elegem o Fair-Play como tema deste Mundial. Daí que para além das mudanãs a nível disciplinar, também haverá especial atenção às palavras dirigidas a árbitros ou jogadores adversários. Chamar “maricas” ao árbitro ou “comi a tua mulher três vezes e fingi todos os orgasmos” ou “a tua namorada ontem foi comida por três cães terroristas árabes transexuais e irmãos do Zidane” não são consideradas ofensas. São mesmo expressões que servem para criar um ambiente descontraído entre os jogadores não sendo sujeitas a sanções disciplinares.
Um problema que está por resolver prende-se com as constantes invasões de campo já que habitualmente são situações gravosas em que a integridade física dos jogadores corre sérios riscos já que quem invade não respeita a ordem de chegada e querem todos um pedaço dos jogadores à bruta.
Quanto à ausência da equipa das quinas, os organizadores lamentaram a decisão mas deixaram uma mensagem de apreço com um suspiro pelo meio: “Era a nossa oportunidade para o ver perto de nós. Um beijinho para o Cristiano Ronaldo!”, que como se sabe foi eleito como um dos maiores sex-symbols do último Mundial da Alemanha para a comunidade gay. Contactado pelo blog “É a vida”, Cristiano recusou-se a prestar declarações e virou-nos as costas. Não sei não, mas parece-me a pior atitude tendo em conta o que acabámos de falar.
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